domingo, 28 de julho de 2013

The Last of Us ( PS3 ) : Review


Tenho que confessar que a muito tempo não tinha uma experiência tão emocionante, gratificante e envolvente como a que foi jogar The Last of Us. Sério mesmo, acho que desde GTA IV que eu não experimento um jogo com tanta satisfação e felicidade.

Eu mesmo estava com minhas expectativas baixíssimas, esperando que fosse apenas mais um game de zumbis e mundo pós apocalíptico claramente inspirado em Mad Max ou algo do tipo. Mas minha reação foi totalmente diferente e acabei ficando surpreso com a magnifíca experiência que a Naughty Dog me proporcionou.

E após ter puxado muito o saco da empresa, vamos logo direto para essa review antes que vocês se cansem ou tentem o suicídio. Como todos já estam carecas de saber, vamos logo começar pela enredo do game, que é claramente um dos pontos mais altos do jogo.


Uma variação não conhecida do fungo cordyceps começa por meio de esporos a infectar seres humanos, claro que após alguns dias a infecção começa a sair do controle e ameaça toda a humanidade. Os humanos que são infectados pelo parasita se transformam em seres totalmente agressivos e que agem somente por instinto, basicamente zumbis.

Vinte anos depois do surto, a humanidade foi pro saco. O exército tenta por meio da força e brutalidade botar alguma ordem em um mundo claramente distópico e tomado pela loucura. Os sobreviventes, em sua maioria se tornam tão brutais quanto os próprios infectados, virando mercenários e caçando os mais fracos em busca de alimentos e suprimentos. Em uma sociedade tão devastada e destruída impera a lei do mais forte.

E é nesse meio brutal e assustador que nós conhecemos Joel, um homem de cinquenta anos, amargo e depressivo, ele é alguém que presenciou os horrores da praga e sobreviveu, perdendo porém parte de sua humanidade e alegria.

Certo dia uma ONG que acredita haver uma cura para o fungo pede a Joel que ele leve para um de seus laborátorios uma garota de quatorze anos chamada Ellie, que poderá de alguma forma trazer a cura para a humanidade. Joel concorda em leva-la, e assim começa a sua jornada pela sobrevivência.

O enredo a primeira vista parece raso e por vezes até clichê. E até seria se não fosse a gigantesca evolução e interação entre os personagens, tanto principais como os secundários. No início do game, Joel faz o tipo durão que pouco se importa com Ellie e rebate com extrema grosseria qualquer tentativa que a garota faz de interagir com seu protetor.

Porém, com o tempo a relação entre ambos cresce de uma forma muito bonita, criando um laço de pai e filha. Uma coisa interessante na trama, é que mesmo os personagens que vão aparecer uma única vez na sua jornada, ficam gravados na sua memória. Cada um tem sua história, sentimentos, emoções e conflitos, e é com certeza algo espetacular analisar e presenciar tudo isso.

A história da infecção é contada apartir de documentos e colecionáveis que você deve encontrar durante o seu gameplay. São muitos colecionáveis e é um verdadeiro desafio achar todos. A maioria dos documentos que você encontra, contam histórias das pessoas que viveram ou que ainda tentam sobreviver naquele mundo, é algo realmente emocionante e chocante de se ver.


A jogabilidade de The Last of Us, é algo muito bem feita e fluída. O game possui uma das melhores mecânica stealth que eu via em tempos, mas vou tentar me aprofundar um pouco mais nisso. Basicamente existem duas maneiras de se jogar este game, a maneira cautelosa e silenciosa e a barulhenta e agressiva.

E antes que surja alguma duvída, Uncharted e The Last of Us são games totalmente diferentes, o primeiro é frenético e se volta mais para a ação enquanto o outro se foca mais na sobrevivência. Os jogos são da mesma empresa, as semelhanças param por aqui.

Joel não sobreviveu tanto tempo sendo um bom samaritano, e está claramente disposto a matar qualquer um que demostre alguma ameaça. O sistema stealth lembra bastante a de Manhunt, onde você pode executar seus inimigos de uma maneira silenciosa e precisa, dessa forma não alarmando os outros inimigos o que é algo excencial aqui, porque você não é nenhum guerreiro alienígena do espaço sideral e morre com poucos tiros e no caso dos monstros com apenas uma mordida. Claro que você pode dar uma de Drake e sair correndo e atirando como se não houvesse amanhã o que torna sua jornada muito mais difícil.

E aqui as execuções são tão sanguinárias quanto as vistas em Manhunt. Decapitações, dilacerações, tudo está bastante explicíto aqui. Claro que haverá momentos em que você não conseguirá ser silencioso e precisará revidar com brutalidade. Em The Last of Us o sistema de tiro se assemelha bastante ao de Uncharted, com a câmera se posicionando em cima do ombro do personagem, igual a um jogo de tiro em terceira pessoa. Porém, o conflito direto é extremamente desaconselhável, já que munição neste game é bastante escassa. O sistema de cover é espetacular e bastante simples, basta o personagem se aproximar de uma parede e ele automaticamente toma posse do local, não é preciso apertar qualquer botão.

Já contra os infectados, novamente não é aconselhável um conflito direto, porque eles em sua maioria estão em grupos e são muitos perigosos.


Existem três tipos de infectados no game, os corredores que são os mais comuns e menos letais. Os estaladores que são os mais letais e uma mordida basta para te matar, e por fim os vermes, que são os mais agressivos e fortes do grupo.

Além das armas, você pode encontrar peças e objetos para construir itens e melhorar suas armas assim consequentemente aprimorando seu arsenal. Por exemplo, você pode pegar um pedaço de madeira e amarrar nele uma lâmina, deixando assim seus ataques com armas brancas mais letais. Também é possível construir itens que podem ser usados de forma estratégica como bombas de fumaça e explosivos, além de claro kit médicos que precisam de certos ingredientes para serem feitos.

Existe um recurso chamado de "hearing", que faz com que Joel consiga ouvir seus inimigos, ele funciona quase como um sonar, e é bastante útil quando você adentra um local novo ou em situações mais tensas. Afinal, você nunca sabe o que te espera do outro lado da porta.

Para achar os recursos necessários para a construção de itens é necessário uma exploração muito grande do cenário por parte do jogador. E esse é outro ponto excelente do jogo, vamos supor que durante seu gameplay Joel e Ellie estão andando por um bairro residencial, com várias casas, na maioria dos casos você pode entrar e explorar aquele local em busca de suprimentos. O genial disso tudo, é que tanto em prédios como em moradias residencias, nenhum aspecto visual é reaproveitado, resumindo, o interior das moradias é totalmente diferente um do outro.

É magnífico como cada residência nos apresenta história e detalhes novos sobre aquele mundo, e na maioria das vezes é bastante triste perceber como tantas famílias e sonhos se perderam por causa do fungo. É algo extremamente trágico.


A inteligência artificial do game é realmente muito bem feita. Os inimigos humanos reagem aos barulhos de forma bem convicente o mesmo pode se dizer durante um tiroteio, eles visam a proteção deles mesmos acima de tudo, e na maioria das vezes agem de maneira estratégica para alcançar seus objetivos. Já se tratando dos infectados, eles na maioria das vezes se focam mais na audição, o que faz com que o jogador preste mais atenção nos seus paços, mas sempre reagem da mesma forma, tentando matar o jogador sem qualquer tipo de hesito.

The Last of Us, não é um jogo que te proporciona sustos, porém existem momentos de muita tensão, em que o jogador fica visivelmente apreensivo. Você claramente fica com medo de ter uma morte brutal pelo infectado. Isso é algo que muitos jogos de survival horror esquecem de fazer. Ou seja, prepare - se para ficar muito tenso jogando este game.

A inteligência de Ellie também é um show a parte, ela na maioria das situações lhe ajuda quando você está passando por um aperto. Por exemplo se um inimigo consegue te segurar e te prender, Ellie vai sacar uma faca e acertar o sujeito. Ou seja a participação de Ellie no seu gameplay é essencial para a sua sobrevivência. Ela também lhe mostra a localização de itens e afins.

Os inimigos porém tem uma audição e visão muito seletiva em relação a Ellie. Ela pode fazer o barulho que for ou mesmo passar na frente deles, que não vai haver nenhuma reação por parte dos inimigos, tanto dos humanos quanto dos infectados.Talvez isso tenha sido feito para que o jogador não se frustre, mais mesmo assim é muito estranho.

O gráfico do game é algo maravilhoso de se ver. O nível de detalhes é gigantesco, isso sem falar das belíssimas expressões faciais e da articulação precisa e eficiente. O visual do jogo é muito bonito e merece ser apreciado. Você realmente duvida que aquilo está rodando em um PS3 ( o jogo é esclusivo deste console ). Um detalhe interessante é que a medida que o jogador consegue novas armas, elas vão se acumulando nas costas de Joel. É realmente nos minímos detalhes que nós conhecemos a grandiosidade deste game.

A trilha sonora do game é um pouco ausente, porém ela cumpre muito bem seu objetivo, de forma que pontua ainda mais o suspense e a tensão do game.

A dublagem é excelente e da mais vida e personalidade aos personagens. Troy Baker e Ashley Johnson estão perfeitos como Joel e Ellie respectivamente. Não só eles, mais o elenco todo foi bem selecionado, dando a essência perfeita para os personagens. A dublagem brasileira também está muito bem colocada e é muito melhor que a de Uncharted 3.

O jogo também apresenta um modo multiplayer que no momento só apresenta dois tipos de jogos, que pecam bastante pela repetição entre eles. Espero que saia logo uma atualização. Basicamente os dois modos possuem o mesmo estilo de jogo.


Conclusão :

The Last of Us é um das experiêcias mais dramáticas e recompensadoras de todos os tempos. Uma história muito gratificante e que dificilmente será esquecida.

Considerado por muitos como a "canção do cisne " do PS3, este game é uma das maiores realizações do console. E com certeza fechou com chave de ouro está geração.

Nota : 10 - Masterpiece

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